O Setembro Dourado é uma campanha mundial  dedicada à conscientização e ao estímulo do debate sobre o câncer infanto-juvenil, principalmente em relação ao diagnóstico precoce. O câncer infanto-juvenil é a segunda maior causa de morte entre crianças e adolescentes, perdendo apenas para os acidentes. De acordo com um estudo divulgado pelo Instituto Desiderata, a média de mortes por câncer infanto-juvenil registrada no Brasil é quase o dobro do número confirmado nos Estados Unidos.

Segundo a Dra. Fernanda Catta-Preta, hematologista pediátrica do CHN, o diagnóstico precoce de câncer em crianças e adolescentes é uma das principais formas de aumentar as chances de cura do paciente, junto com a condução do tratamento mais indicado em um centro especializado. Isso acontece porque não existem formas de prevenir o câncer nessa faixa etária.

“Diante desse obstáculo, a melhor forma de aumentar as chances de cura é detectar a doença precocemente e iniciar tratamento adequado imediatamente em centro especializado. Tal medida é fundamental para o melhor  prognóstico e para preservar a qualidade de vida da criança ou adolescente”

Principais sinais e sintomas relacionados ao câncer infantil:

• perda de peso

• palidez ou cansaço

• sangramentos e manchas roxas não relacionadas a traumas  

• nódulos ou caroços

• aumento do olho

• febre persistente sem causa aparente

• dores de cabeça associadas ou não a vômitos constantes

• dores em ossos e articulações

• aumento do volume abdominal

• sinais característicos da puberdade antes da idade prevista

A leucemia, os linfomas e os tumores do sistema nervoso central são considerados os três tipos mais comuns de câncer infanto-juvenil. Quando diagnosticados de forma precoce, podem alcançar mais de 80% de chances de cura. Por essa razão, é essencial que os pais levem seus filhos ao pediatra se apresentarem um ou mais desses sintomas para avaliação e encaminhamento ao especialista quando necessário. A maioria dos sintomas relacionados ao câncer infanto-juvenil também está presente em outras doenças mais comuns e, por esse motivo, podem causar atraso no diagnóstico.

Tanto o diagnóstico quanto o tratamento do câncer infanto-juvenil são conduzidos pelo onco-hematologista pediátrico. Segundo a Dra. Fernanda, a definição da melhor terapêutica a ser utilizada para tratar o paciente levará em consideração o tipo de tumor e o estágio em que se encontra. Doenças localizadas tendem a precisar de tratamentos menos agressivos. Atualmente, a quimioterapia, a radioterapia e a abordagem cirúrgica ainda são as melhores opções de tratamento disponíveis, porém, em alguns casos, é necessário realizar o transplante de medula óssea ou utilizar medicamentos alvo - anticorpos monoclonais.