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Sintomas de câncer no intestino nem sempre são claros; saiba identificar os primeiros sinais

Os sintomas de câncer de intestino nem sempre são percebidos no início e podem se confundir com outros sintomas gastrointestinais.
JC
Dra. Julia Cordeiro - Oncologista Atualizado em 15/10/2024

Doença pode mudar o hábito intestinal e provocar perda de peso repentina

Descobrir os sintomas de câncer no intestino em seu estágio inicial pode aumentar significativamente as chances de sucesso no tratamento. Este tipo de câncer, também conhecido como câncer colorretal, é um dos cinco tipos mais comuns no Brasil e afeta tanto homens como mulheres.

Para garantir um diagnóstico precoce, é importante estar atento aos sinais que o corpo dá, pois muitos dos sintomas podem ser confundidos com problemas gastrointestinais comuns. Veja mais informações a seguir.

O que é o câncer de intestino?

O câncer de intestino ou câncer colorretal é uma neoplasia maligna que se desenvolve no cólon ou no reto, que são partes do intestino grosso. A doença ocorre quando células anormais se multiplicam descontroladamente nessas regiões, formando tumores.

Na maioria das vezes, o câncer de intestino surge em pessoas com mais de 50 anos e são do tipo adenocarcinoma. No entanto, nos últimos anos, médicos e pesquisadores têm notado um aumento significativo no número de casos em pacientes jovens, entre 30 e 40 anos, especialmente aqueles com histórico familiar da doença ou com hábitos pouco saudáveis (como sedentarismo, tabagismo e, principalmente, alimentação pouco saudável).

Sintomas de câncer no intestino no início

Durante sua fase inicial, os sintomas de câncer no intestino muitas vezes são discretos e podem não ser percebidos. Algumas pessoas sequer apresentam sintomas no início da doença, o que torna essencial a realização de exames de rotina para o rastreio e detecção precoce.

No entanto, quando os sinais começam a aparecer, pode-se observar:

  • Mudança no hábito intestinal, como diarreia ou constipação sem causa aparente e que dura mais de algumas semanas;

  • Presença de sangue nas fezes, que pode ser vermelho vivo ou mais escuro, dependendo da localização do tumor;

  • Sensação de esvaziamento incompleto após evacuar;

  • Cansaço ou fraqueza inexplicáveis;

  • Perda de peso repentina e sem motivo aparente.

Esses sinais podem ser facilmente confundidos com outros problemas gastrointestinais, como hemorroidas ou síndrome do intestino irritável. Por isso, é fundamental ficar atento à persistência desses sintomas e procurar ajuda médica para uma avaliação mais detalhada.

Sintomas avançados de câncer no intestino

Quando o câncer de intestino avança, os sintomas tendem a ser mais evidentes e severos. Além dos sinais mencionados no estágio inicial, o paciente pode desenvolver complicações mais graves, como obstrução intestinal, que pode levar a dor intensa e desconforto abdominal.

Os sintomas avançados incluem:

  • Dor abdominal contínua, muitas vezes acompanhada de cólicas;

  • Aumento da distensão abdominal;

  • Alteração significativa na consistência das fezes, que podem se tornar mais estreitas;

  • Náuseas e vômitos;

  • Anemia causada pela perda maior de sangue nas fezes, levando à palidez e fadiga extrema;

  • Icterícia, no caso de metástase para o fígado.

Nessa fase, o tumor pode se espalhar para outros órgãos, como fígado e pulmões, dificultando o tratamento e reduzindo as chances de cura. Por isso, é importante buscar ajuda médica ao menor sinal de anormalidade.

Qual médico procurar?

Diante do surgimento de qualquer um dos sintomas descritos acima, é fundamental procurar um médico. O profissional mais indicado para avaliar e diagnosticar o câncer de intestino é o coloproctologista. Ele é o especialista em doenças do intestino grosso e do reto.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do câncer de intestino começa com uma avaliação clínica, levando em consideração o histórico do paciente e os sintomas apresentados. Exames laboratoriais e de imagem serão requisitados para confirmar ou não a presença do tumor e avaliar sua extensão.

Os exames mais comuns incluem:

  • Colonoscopia: é o principal exame para detectar pólipos e tumores no intestino grosso. Com o auxílio de uma câmera, o médico consegue visualizar o interior do cólon e retirar amostras de tecido para biópsia. Geralmente, é um exame recomendado como rotina para pacientes acima os 50 anos.

  • Retossigmoidoscopia: parecido com a colonoscopia, esse exame se concentra nas regiões finais do intestino.

  • Exame de sangue oculto nas fezes: verifica a presença de pequenas quantidades de sangue que não são visíveis a olho nu. Também está incluso nos exames de rotina de pacientes acima dos 50 anos.

  • Tomografia computadorizada e ressonância magnética: podem ser usadas para avaliar se o câncer se espalhou para outros órgãos.

Atualmente, cientistas americanos estão testando um tipo de exame que detecta, em amostras de fezes, marcadores tumorais com até 94% de precisão. Embora ainda precise ser aprimorado para entrar de fato na prática clínica, a tecnologia chama a atenção por ajudar a detectar a doença de forma precoce, o que aumentam as chances de cura do paciente.

Formas de tratamento para o câncer no intestino

A escolha do tratamento depende do estadiamento da doença e das condições gerais de saúde do paciente. Por isso, é realizado um plano de tratamento personalizado para cada indivíduo.

O tratamento do câncer colorretal geralmente inclui a ressecção cirúrgica do tumor e, se necessária, a retirada de uma parte do intestino também. Se o tumor estiver em fase inicial, apenas a remoção da lesão é feita. Em alguns casos, no entanto, após o procedimento, é necessário incluir o uso de quimioterapia para garantir que todas as células tumorais sejam eliminadas.

Em caso de recidiva local, ou seja, quando o tumor retorna próximo à área da cirurgia, pode-se realizar uma nova ressecção e o uso de quimioterapia ou radioterapia para controle da doença. Quando isso não é possível, a opção são os tratamentos paliativos para aliviar os sintomas e fornecer mais qualidade de vida ao paciente.

Para determinados tipos de neoplasia, existem ainda as terapias-alvo. Elas são medicamentos desenvolvidos para atacar específica e diretamente as células tumorais, preservando as células saudáveis. Sua ação é possível pois seu desenvolvimento é feito a partir de alterações moleculares e genéticas presentes apenas nas células do câncer.

Vale reforçar que, quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores são as chances de sucesso e cura após o tratamento.

Escrito por
JC

Dra. Julia Cordeiro

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JC

Dra. Julia Cordeiro

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