Urologia

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Quem tem hipertensão pode tomar tadalafila? Riscos e cuidados

Pacientes com hipertensão controlada podem usar tadalafila com orientação médica. Entenda como o medicamento age na pressão arterial e os cuidados
CHN
Equipe CHN - Equipe CHN Atualizado em 01/12/2025

Entenda como este medicamento para disfunção erétil interage com a pressão alta e quando seu uso é seguro.

A situação é familiar para muitos homens. Após uma consulta de rotina, o diagnóstico de hipertensão arterial é confirmado, e uma nova rotina de cuidados e medicamentos se inicia. Paralelamente, questões sobre a vida sexual, como a disfunção erétil, podem surgir, trazendo consigo a dúvida sobre a segurança de tratamentos como a tadalafila.

O que é tadalafila e como o medicamento age no corpo?

A tadalafila pertence a uma classe de medicamentos chamada inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5). É importante notar que a tadalafila foi inicialmente desenvolvida com a função de dilatar os vasos sanguíneos, um mecanismo que diretamente influencia a pressão arterial.

Sua principal função é relaxar a musculatura lisa e aumentar o fluxo sanguíneo em áreas específicas do corpo. Esse mecanismo de ação é o que a torna eficaz para duas condições principais: a disfunção erétil, ao facilitar a entrada de sangue no pênis, e a Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), ao reduzir a pressão sanguínea nas artérias dos pulmões.

A tadalafila é um tipo de medicamento inibidor de fosfodiesterase-5 frequentemente empregado para tratar a hipertensão pulmonar em seres humanos. Para pacientes com hipertensão arterial pulmonar que já utilizam bosentana, estudos indicam que a tadalafila pode ser administrada para disfunção erétil sem a necessidade de ajustes na dose do medicamento.

Qual o efeito da tadalafila na pressão arterial?

Ao contrário do que alguns mitos sugerem, a tadalafila não aumenta a pressão arterial. Por seu efeito vasodilatador, ela tende a causar uma discreta e temporária redução nos níveis pressóricos. Em um indivíduo saudável, essa queda é geralmente imperceptível.

De fato, estudos demonstraram que, em pacientes com hipertensão, a tadalafila, quando utilizada em tratamento combinado, foi considerada segura e bem tolerada, apresentando mínimas alterações na pressão arterial sistólica. 

Esses achados indicam que o uso de tadalafila em pacientes com hipertensão controlada pode ser seguro e até contribuir para um melhor controle da pressão arterial, mas sempre reforçam a necessidade de supervisão profissional.

Quem tem pressão alta pode tomar tadalafila com segurança?

A resposta direta é: sim, desde que a hipertensão esteja bem controlada e o uso seja liberado por um médico. 

Para homens com hipertensão que já utilizam medicamentos para controlar a pressão alta, com exceção de alfa-bloqueadores e nitratos, a tadalafila pode ser usada sem aumentar os riscos de queda acentuada da pressão ou problemas cardíacos graves. A avaliação cardiológica prévia é indispensável para determinar a segurança do tratamento.

Um paciente com pressão arterial estabilizada por meio de medicamentos e hábitos saudáveis tem um perfil de risco diferente de alguém com hipertensão descontrolada. Para este segundo grupo, o uso de tadalafila é desaconselhado até que a pressão seja normalizada.

Quais são os principais riscos e contraindicações?

Embora seja considerado seguro para muitos hipertensos, o uso da tadalafila exige atenção a interações medicamentosas e condições de saúde preexistentes. A principal preocupação não é a hipertensão em si, mas a combinação com outros fármacos.

A interação perigosa com nitratos

A contraindicação mais severa e absoluta para o uso da tadalafila é a administração conjunta com medicamentos à base de nitratos. Esses fármacos são frequentemente prescritos para tratar angina (dor no peito).

A combinação pode causar uma queda brusca e perigosa da pressão arterial (hipotensão grave), levando a tonturas, desmaios e até eventos cardiovasculares graves. É vital informar ao médico todos os medicamentos em uso.

Outras condições que exigem atenção

Além do uso de nitratos, outras situações exigem cautela ou contraindicam o uso da tadalafila:

  • Doenças cardíacas graves, como insuficiência cardíaca ou arritmias instáveis.

  • Histórico recente de infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral (AVC).

  • Pressão arterial muito baixa (hipotensão) ou hipertensão grave não controlada.

  • Problemas renais ou hepáticos severos.

Tadalafila pode ser usada com remédios como a losartana?

Sim, a tadalafila pode ser utilizada por pacientes que tomam anti-hipertensivos comuns, como a losartana. No entanto, o médico precisa estar ciente dessa combinação.

Como ambos os medicamentos têm efeito sobre a pressão arterial, pode haver um efeito aditivo. O especialista poderá ajustar doses ou monitorar o paciente mais de perto no início do tratamento para garantir que a pressão permaneça em níveis seguros.

Como as dosagens de tadalafila (5 mg e 20 mg) se diferenciam?

A escolha da dosagem depende da condição a ser tratada e da avaliação médica. As apresentações mais comuns têm finalidades distintas:

  • 5 mg: geralmente indicada para uso diário contínuo. Permite maior espontaneidade e também é utilizada no tratamento dos sintomas da hiperplasia prostática benigna.

  • 10 mg e 20 mg: prescritas para uso sob demanda, ou seja, antes da atividade sexual. Não devem ser tomadas mais de uma vez ao dia.

Apenas um médico pode definir qual a dosagem e a frequência adequadas para cada caso, considerando o estado de saúde geral e cardiovascular do paciente.

Quando é fundamental procurar um médico?

A automedicação com tadalafila é extremamente perigosa. A consulta médica é obrigatória antes de iniciar o uso. Além disso, procure ajuda profissional imediatamente se, durante o uso do medicamento, você apresentar:

  • Dor no peito ou palpitações.

  • Tontura severa ou desmaio.

  • Alterações na visão ou audição.

  • Ereção que dura mais de quatro horas (priapismo).

A saúde sexual é um componente importante da qualidade de vida, mas a segurança cardiovascular deve ser sempre a prioridade. Com a orientação correta, é possível conciliar o tratamento da disfunção erétil e o controle da hipertensão de forma segura e eficaz.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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