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O que fazer em caso de convulsão: guia de primeiros socorros

Presenciar uma convulsão pode ser assustador. Saiba o que fazer (e o que não fazer) para ajudar com segurança seguindo nosso passo a passo de primeiros socorros.
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Equipe CHN - Equipe CHN Atualizado em 01/12/2025

Aprenda os passos essenciais de primeiros socorros para proteger uma pessoa durante e após uma crise convulsiva e saiba quando chamar ajuda médica.

Imagine a cena: você está em um local público, como um shopping ou um parque, e de repente alguém próximo cai no chão e começa a se debater de forma involuntária. Essa situação, embora assustadora, é uma crise convulsiva. Saber como agir corretamente nesse momento não só protege a pessoa de se machucar, mas também garante que ela receba o cuidado adequado até a recuperação ou a chegada de ajuda profissional.

No entanto, muitas pessoas não sabem como agir durante uma convulsão, o que evidencia a necessidade urgente de educação pública sobre primeiros socorros. É importante notar que grande parte dos educadores e cuidadores possui conhecimento limitado sobre como lidar com convulsões, tornando fundamental a busca por treinamentos específicos para essa emergência.

A conscientização é crescente, com programas de primeiros socorros físicos para adolescentes, por exemplo, já incorporando orientações sobre como agir em casos de convulsão. 

Globalmente, novas diretrizes baseadas em evidências continuam a ser desenvolvidas para emergências comuns, incluindo o manejo de convulsões, como visto em Singapura, reforçando a importância de protocolos atualizados.

Como posso identificar uma crise convulsiva?

Uma convulsão é uma descarga elétrica anormal e excessiva no cérebro que altera temporariamente a função cerebral. Embora os sintomas possam variar, os sinais mais comuns de uma crise convulsiva generalizada, também conhecida como tônico-clônica, incluem:

  • perda súbita de consciência e queda;

  • contrações musculares intensas e incontroláveis (espasmos);

  • corpo rígido;

  • mordedura da língua ou bochecha;

  • salivação excessiva ou espuma na boca;

  • respiração ofegante ou temporariamente interrompida;

  • perda de controle da bexiga ou do intestino.

Após os tremores, é comum que a pessoa fique sonolenta, confusa ou desorientada por alguns minutos ou horas, um estado conhecido como período pós-ictal.

O que fazer durante uma convulsão passo a passo?

O objetivo principal dos primeiros socorros é garantir a segurança da pessoa até que a crise passe. A maioria das convulsões termina sozinha em poucos minutos. 

Siga estes passos de forma calma e ordenada.

  1. Mantenha a calma e proteja a pessoa: ampare a queda se possível e deite a pessoa no chão. Coloque algo macio, como uma jaqueta dobrada ou uma almofada, sob sua cabeça para protegê-la de traumas.

  2. Limpe a área ao redor: afaste móveis, cadeiras, objetos pontiagudos ou qualquer outra coisa que possa causar ferimentos durante os movimentos involuntários.

  3. Afrouxe roupas apertadas: se houver algo apertado ao redor do pescoço, como um colarinho de camisa ou um cachecol, afrouxe-o para facilitar a respiração.

  4. Cronometre a duração: use um relógio ou o celular para marcar o tempo de início e fim da crise. Essa informação é vital para os profissionais de saúde.

O que não fazer durante uma crise convulsiva?

Mitos e desinformação podem levar a ações perigosas. É fundamental saber o que evitar para não piorar a situação ou causar danos.

  • Não tente segurar ou conter os movimentos: restringir a pessoa pode causar fraturas ou lesões musculares. Deixe a crise seguir seu curso natural.

  • Nunca coloque nada na boca da pessoa: não insira dedos, colheres ou qualquer objeto. É fundamental evitar essa ação, pois a pessoa em convulsão não consegue engolir a própria língua. Contrariando um mito comum, essa tentativa pode causar ferimentos graves nos dentes, mandíbula e até na pessoa que tenta ajudar.

  • Não ofereça água, alimentos ou medicamentos: durante ou logo após a crise, a pessoa não consegue engolir corretamente, o que representa um alto risco de asfixia.

O que fazer após a convulsão terminar?

Assim que os espasmos pararem, o cuidado continua. A fase de recuperação é igualmente importante para a segurança da pessoa.

Primeiro, coloque a pessoa na posição lateral de segurança. Para isso, vire-a de lado, com a cabeça levemente apoiada. Essa posição ajuda a manter as vias aéreas abertas e evita que ela se engasgue com saliva ou vômito.

Permaneça ao lado da pessoa até que ela recupere a consciência completamente. Ao acordar, ela provavelmente estará confusa. Fale com ela de maneira calma e tranquilizadora, explicando o que aconteceu de forma simples. Verifique se ela se machucou durante a crise e ofereça ajuda para contatar um familiar, se necessário.

Quando devo chamar uma ambulância ou ir ao hospital?

Nem toda convulsão exige uma ida à emergência, especialmente em pessoas com diagnóstico de epilepsia. No entanto, o serviço de emergência (SAMU 192) deve ser acionado imediatamente nas seguintes situações:

  • a convulsão dura mais de 5 minutos;

  • é a primeira vez que a pessoa tem uma convulsão;

  • a pessoa tem dificuldade para respirar ou não volta a respirar normalmente após a crise;

  • uma segunda crise começa logo após a primeira;

  • a pessoa se machucou gravemente durante a convulsão;

  • a crise ocorreu na água;

  • a pessoa convulsionando é uma gestante, diabética ou possui outra condição de saúde relevante.

E em casos de convulsão infantil ou febril?

Ver uma criança convulsionar é especialmente angustiante, mas é importante saber como agir, principalmente no caso da convulsão febril, que é a mais comum na infância.

Como agir em convulsões em bebês e crianças?

O protocolo de primeiros socorros é o mesmo dos adultos: proteja a criança de quedas e ferimentos, posicione-a de lado após a crise e cronometre a duração. Nunca tente dar medicamentos antitérmicos durante a convulsão. A avaliação pediátrica é sempre recomendada após um primeiro episódio.

O que é a convulsão febril e como proceder?

A convulsão febril ocorre em crianças, geralmente entre 6 meses e 5 anos de idade, e está associada a uma elevação rápida da temperatura corporal. Embora assustadora, a maioria das crises febris é breve e não causa danos cerebrais. Após a crise, é fundamental levar a criança para avaliação médica para identificar e tratar a causa da febre.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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