Cardiologia

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O que é cardiopatia em bebê​? Veja sintomas e tratamentos

Entenda o que é a cardiopatia congênita em bebês, uma condição presente desde o nascimento. Conheça as causas, os principais sinais e como é feito o tratamento.
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Equipe CHN - Equipe CHN Atualizado em 01/12/2025

Um guia completo para pais sobre as malformações cardíacas que surgem antes do nascimento, seus sinais e os tratamentos disponíveis.

Resumo:

  • Cardiopatia congênita é uma alteração na estrutura ou função do coração presente desde a gestação.

  • Os sinais em recém-nascidos incluem lábios azulados, cansaço para mamar e respiração rápida.

  • O diagnóstico pode ocorrer durante o pré-natal (ecocardiograma fetal) ou após o parto (teste do coraçãozinho).

  • As causas são variadas e muitas vezes desconhecidas, não sendo culpa dos pais.

  • O tratamento evoluiu muito e a maioria das crianças pode levar uma vida normal com acompanhamento médico.

A consulta de rotina com o pediatra ou mesmo os primeiros exames na maternidade podem trazer uma notícia inesperada: a suspeita de um problema no coração do seu bebê. Ouvir o termo "cardiopatia" gera uma onda de dúvidas e angústias, o que é perfeitamente natural.

O que exatamente é uma cardiopatia congênita?

A cardiopatia congênita é uma alteração na estrutura do coração do bebê presente desde a gestação ou nascimento, sendo considerada a malformação mais comum e com variados graus de gravidade. 

Essa condição se desenvolve na maioria dos casos durante a gravidez, principalmente nas primeiras semanas, muitas vezes antes mesmo de a mãe saber que está grávida, período em que o coração do feto está se formando.

As cardiopatias congênitas podem ser classificadas como simples, moderadas ou complexas. Essa classificação é fundamental para determinar o tipo de acompanhamento e tratamento que será necessário ao longo da vida do bebê. 

As alterações podem variar de problemas muito simples, que às vezes nem necessitam de tratamento, até defeitos mais complexos que exigem intervenção cirúrgica logo após o parto.

Quais são as principais causas da cardiopatia em bebês?

Esta é uma das primeiras perguntas que os pais fazem. É importante entender que, na maioria das vezes, não há uma causa única ou identificável. A cardiopatia congênita é geralmente considerada multifatorial, envolvendo uma combinação de fatores genéticos e ambientais.

Algumas condições que podem aumentar o risco incluem:

  • Fatores genéticos: síndromes como a de Down, Turner ou Marfan estão associadas a um maior risco.

  • Doenças maternas: diabetes ou lúpus não controlados durante a gravidez podem influenciar a formação do coração fetal.

  • Infecções na gestação: rubéola ou toxoplasmose contraídas pela mãe podem afetar o desenvolvimento do bebê.

  • Uso de substâncias: o consumo de certos medicamentos, álcool ou outras drogas durante a gravidez também é um fator de risco.

Contudo, é fundamental reforçar que em grande parte dos casos a causa específica nunca é descoberta. A condição não é resultado de algo que os pais fizeram ou deixaram de fazer.

Como identificar os sinais de cardiopatia em um recém-nascido?

Algumas cardiopatias mais graves apresentam sinais claros logo após o nascimento, enquanto outras podem se manifestar semanas ou meses depois. Ficar atento ao comportamento do bebê é essencial. 

Os sintomas mais comuns são:

  • Cianose: coloração azulada ou arroxeada nos lábios, língua ou na ponta dos dedos, que piora com o choro.

  • Dificuldade respiratória: respiração ofegante, rápida e curta, mesmo em repouso.

  • Cansaço nas mamadas: o bebê parece exausto, transpira muito (principalmente na cabeça) e interrompe a amamentação várias vezes para respirar.

  • Pouco ganho de peso: dificuldade em se desenvolver e ganhar peso adequadamente.

  • Irritabilidade ou sonolência: choro excessivo ou letargia fora do comum.

Quais exames diagnosticam a cardiopatia congênita?

O diagnóstico pode ser feito em diferentes fases, tanto antes quanto depois do nascimento, por meio de exames que avaliam a saúde do coração.

Diagnóstico ainda na gestação

O acompanhamento pré-natal é um grande aliado. O ultrassom morfológico pode levantar suspeitas, que são confirmadas pelo ecocardiograma fetal. Este exame detalhado permite visualizar a estrutura e o funcionamento do coração do bebê ainda no útero, possibilitando o planejamento do parto e do tratamento imediato, se necessário.

Diagnóstico após o nascimento

Após o parto, vários exames são cruciais. O Teste do Coraçãozinho (oximetria de pulso), obrigatório em maternidades no Brasil, é um dos primeiros. Ele mede a concentração de oxigênio no sangue e pode detectar cardiopatias graves antes mesmo do surgimento de sintomas.

Outros exames incluem:

  • Exame clínico: o pediatra pode ouvir um "sopro" no coração durante a ausculta.

  • Ecocardiograma: um ultrassom do coração que fornece imagens detalhadas de sua estrutura e fluxo sanguíneo.

  • Eletrocardiograma (ECG): avalia a atividade elétrica do coração.

  • Raio-X de tórax: mostra o tamanho e o formato do coração e dos pulmões.

Quais são os tipos mais comuns de cardiopatia congênita?

Existem dezenas de tipos de cardiopatias congênitas, que são classificadas de acordo com o tipo de defeito e seus efeitos. 

De forma simplificada, elas podem ser divididas em dois grandes grupos:

  • Acianóticas: não causam a coloração azulada na pele, pois não há uma mistura significativa de sangue arterial e venoso. Exemplos incluem a Comunicação Interatrial (CIA) e a Comunicação Interventricular (CIV), popularmente conhecidas como "buracos" no coração.

  • Cianóticas: causam a cianose por permitirem que o sangue pobre em oxigênio circule pelo corpo. A Tetralogia de Fallot é um dos exemplos mais conhecidos deste grupo.

Como é o tratamento para a cardiopatia em bebês?

O tratamento de cardiopatias em bebês, que são problemas cardíacos presentes desde o nascimento, exige cuidados pediátricos especializados, diferentes daqueles aplicados em adultos. 

A abordagem terapêutica depende diretamente do tipo e da gravidade da condição. O caminho a ser seguido é sempre definido por uma equipe multidisciplinar, liderada por um cardiologista pediátrico.

Acompanhamento clínico

Defeitos cardíacos pequenos, como algumas comunicações interatriais ou interventriculares, podem se fechar espontaneamente durante o primeiro ano de vida. Nesses casos, o médico apenas acompanha a criança com consultas e exames periódicos.

Uso de medicamentos

Alguns remédios podem ser prescritos para aliviar os sintomas e melhorar a função cardíaca enquanto se aguarda o momento ideal para um procedimento corretivo ou nos casos em que a cirurgia não é necessária.

Procedimentos intervencionistas

Muitos defeitos podem ser corrigidos por meio de um cateterismo cardíaco. Neste procedimento menos invasivo, um cateter é inserido por um vaso sanguíneo na perna e guiado até o coração para fechar orifícios ou desobstruir válvulas, sem a necessidade de uma cirurgia de peito aberto.

Cirurgia cardíaca

Para os casos mais complexos, a cirurgia cardíaca é o tratamento indicado. Graças ao avanço das técnicas cirúrgicas e dos cuidados intensivos pediátricos, os resultados são cada vez mais positivos, mesmo em recém-nascidos de baixo peso.

Um bebê com cardiopatia congênita pode ter uma vida normal?

Com os avanços no diagnóstico e tratamento, a maioria dos bebês que nascem com cardiopatia congênita não apenas sobrevive, mas também alcança a vida adulta, podendo ter uma vida plena e ativa. O prognóstico para essas crianças melhorou drasticamente nas últimas décadas.

O segredo é o diagnóstico precoce e o acompanhamento contínuo com um cardiologista pediátrico. Esse especialista irá orientar sobre atividades físicas, cuidados preventivos e a necessidade de acompanhamento ao longo da vida, garantindo a saúde e o bem-estar da criança.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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