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Imunidade Baixa Causa Leucemia? A Verdade e os Sinais de Alerta

É um mito que imunidade baixa causa leucemia. Na verdade, ela é um sintoma da doença. Entenda a relação, conheça os fatores de risco reais e saiba quando procurar um médico.
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Equipe CHN - Equipe CHN Atualizado em 01/12/2025

A dúvida é comum: infecções frequentes podem ser um sinal de algo mais grave? Esclarecemos a ligação entre o sistema imune e o câncer no sangue.

Resumo:

  • A imunidade baixa não causa leucemia; na verdade, ela é uma consequência da doença.

  • A leucemia se origina na medula óssea e prejudica a produção de células de defesa saudáveis.

  • Em casos específicos, imunidade baixa preexistente, especialmente por condições genéticas ou outras doenças graves, pode aumentar o risco de desenvolver leucemia ou outros cânceres do sangue.

  • Os sintomas da leucemia incluem anemia, cansaço, palidez, febre e sangramentos, além da baixa imunidade.

  • Fatores de risco para leucemia envolvem predisposição genética, exposição a certos químicos e tratamentos oncológicos prévios.

  • A avaliação de um médico hematologista é fundamental para o diagnóstico correto de qualquer alteração sanguínea.

Sentir-se constantemente cansado ou pegar um resfriado atrás do outro pode levantar preocupações que vão além de uma simples fase de estresse. Muitas pessoas se perguntam se um sistema imunológico enfraquecido poderia abrir portas para doenças mais sérias, como a leucemia. Essa é uma questão válida e que merece uma resposta clara.

Qual é a resposta direta da ciência?

A resposta curta e direta é não. A imunidade baixa, por si só, não é considerada uma causa da leucemia. Na realidade, o que ocorre é o processo inverso: a leucemia é que provoca uma queda severa na imunidade do paciente.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a leucemia é um tipo de câncer que se desenvolve na medula óssea, o local onde as células sanguíneas são fabricadas. Assim, a doença afeta diretamente a fonte das nossas defesas. A baixa imunidade é, portanto, um sintoma ou uma consequência, e não o gatilho inicial.

Contudo, é importante ressaltar que, em cenários específicos, como quando a imunidade já está enfraquecida por outras condições médicas, ela pode, sim, contribuir para um risco aumentado de desenvolver certos tipos de câncer do sangue, como leucemias e linfomas, ou mesmo cânceres associados a vírus. Isso ocorre em casos de imunodeficiência secundária, onde o sistema imunológico já está comprometido por outras doenças, por exemplo, outras malignidades hematológicas.

Como a leucemia afeta o sistema imunológico?

Para entender essa relação, imagine a medula óssea como uma fábrica de células. Em uma pessoa saudável, essa fábrica produz três tipos principais de componentes do sangue em equilíbrio:

  • Glóbulos brancos (leucócitos): os soldados do sistema imunológico, que combatem infecções.

  • Glóbulos vermelhos (hemácias): responsáveis por transportar oxigênio pelo corpo.

  • Plaquetas: que ajudam na coagulação do sangue, evitando hemorragias.

Na leucemia, células doentes e imaturas, chamadas de blastos, começam a se multiplicar de forma descontrolada dentro da medula óssea. Essas células cancerosas ocupam o espaço das células saudáveis, sabotando a produção normal. O resultado é a queda no número de células funcionais, o que leva a um quadro de:

  • Baixa imunidade (leucopenia): com poucos glóbulos brancos saudáveis, o corpo fica vulnerável a infecções.

  • Anemia (eritropenia): a falta de glóbulos vermelhos causa fadiga, palidez e falta de ar.

  • Sangramentos (trombocitopenia): a escassez de plaquetas pode causar hematomas fáceis, manchas na pele e sangramentos nas gengivas ou nariz.

Então, quais são as verdadeiras causas e fatores de risco da leucemia?

As causas exatas da leucemia ainda não são totalmente compreendidas, mas a ciência já identificou fatores que aumentam o risco de desenvolver a doença. É importante notar que ter um fator de risco não significa que a pessoa certamente terá leucemia. Os principais fatores conhecidos incluem:

  • Fatores genéticos: certas síndromes genéticas, como a Síndrome de Down, estão associadas a um maior risco. Imunodeficiências primárias (PIDs), que são condições genéticas que afetam o sistema imune desde o nascimento, elevam o risco para cânceres do sangue, como leucemias e linfomas, embora não causem a leucemia diretamente. Síndromes genéticas específicas, como a deficiência de GATA2, que enfraquecem a imunidade, também aumentam significativamente o risco de desenvolver cânceres sanguíneos. Além disso, mutações genéticas, como no gene STAT3, que desregulam a imunidade, podem levar ao surgimento de leucemia linfocítica. Também, defeitos nos ribossomos que causam síndromes de falha da medula óssea podem enfraquecer a imunidade e aumentar o risco de leucemias.

  • Exposição a químicos: o contato prolongado com substâncias como o benzeno, presente em combustíveis e na indústria química, é um fator de risco conhecido.

  • Exposição à radiação: altas doses de radiação ionizante podem danificar o DNA das células da medula óssea.

  • Tratamentos oncológicos prévios: alguns tipos de quimioterapia e radioterapia usados para tratar outros cânceres podem aumentar o risco de uma leucemia secundária.

E as doenças congênitas que afetam a imunidade?

Existe uma relação importante entre certas doenças congênitas e o risco de leucemia. Pessoas com imunodeficiências primárias (PIDs), condições genéticas que comprometem a imunidade desde o nascimento, não desenvolvem leucemia diretamente por causa da imunidade baixa. Contudo, elas possuem um risco aumentado para cânceres do sangue, como leucemias e linfomas.

Essas condições genéticas, como a deficiência de GATA2 ou síndromes que afetam a produção de células na medula óssea devido a defeitos nos ribossomos, já trazem consigo uma predisposição ao desenvolvimento desses cânceres. Adicionalmente, mutações genéticas específicas, como no gene STAT3, que afetam a regulação imunológica, podem diretamente levar à leucemia linfocítica.

Como diferenciar os sinais de imunidade baixa dos sintomas de leucemia?

É fundamental saber distinguir entre os sintomas de uma imunidade temporariamente baixa e os sinais de alerta que podem indicar uma condição mais grave como a leucemia. A principal diferença está no conjunto e na persistência dos sintomas.

Quando é o momento de procurar um médico hematologista?

O diagnóstico precoce é o maior aliado no tratamento da leucemia. Portanto, é crucial procurar um médico, de preferência um hematologista, caso você ou alguém próximo apresente uma combinação dos seguintes sinais de forma persistente:

  • Fadiga que não melhora com o repouso.

  • Palidez acentuada na pele e mucosas.

  • Febre ou infecções que não cedem ao tratamento habitual.

  • Manchas roxas ou pontos vermelhos na pele que aparecem espontaneamente.

  • Perda de peso sem motivo aparente.

Um simples exame de sangue, como o hemograma completo, pode levantar a suspeita da doença, que será confirmada por meio de exames mais específicos, como o mielograma. Apenas um especialista pode realizar a investigação correta e oferecer o tratamento adequado.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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