
Conhecer o próprio corpo é o primeiro passo para o autocuidado. Veja como realizar o autoexame das mamas de forma correta e segura.
Resumo:
-
O autoexame das mamas é uma ferramenta de autoconhecimento que ajuda a mulher a identificar alterações precocemente.
-
O período ideal para realizá-lo é entre o 7º e o 10º dia após o início da menstruação, quando as mamas estão menos inchadas.
-
A técnica correta envolve três etapas: observação em frente ao espelho, palpação durante o banho e palpação deitada.
-
É fundamental observar sinais como nódulos, mudanças no formato, retrações na pele ou mamilo e secreções.
-
O autoexame não substitui a consulta ginecológica regular e a mamografia, que são essenciais para o diagnóstico.
Em meio à rotina, muitas mulheres se perguntam como podem participar ativamente do cuidado com a própria saúde. O autoexame das mamas é uma prática simples e acessível que serve como um importante gesto de autoconhecimento, permitindo notar qualquer mudança que possa surgir.
Realizar o autoexame das mamas regularmente é fundamental, pois aumenta as chances de identificar precocemente qualquer alteração e, consequentemente, melhora o resultado do tratamento.
O que é o autoexame das mamas e qual sua finalidade?
O autoexame das mamas é um procedimento de verificação que a própria mulher realiza em casa para conhecer a anatomia de seus seios. A principal finalidade não é diagnosticar o câncer de mama, mas sim promover o autoconhecimento corporal.
Ao se familiarizar com a aparência e a textura normal de suas mamas, fica mais fácil identificar qualquer alteração que possa surgir. Além disso, por ser um método acessível para a detecção precoce de alterações, a prática deve ser feita mensalmente, preferencialmente durante o ciclo menstrual. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a prática ajuda a mulher a reconhecer variações e a procurar um serviço de saúde com mais agilidade se notar algo diferente.
Qual é o melhor momento para fazer o autoexame?
O momento ideal para realizar o autoexame influencia diretamente o que você sente. As mamas sofrem alterações devido às flutuações hormonais do ciclo menstrual, podendo ficar mais sensíveis e densas em certos períodos.
Para que o autoexame da mama seja eficaz e considerado uma boa prática, ele deve ser realizado pelo menos uma vez por mês. A recomendação é fazê-lo sempre na mesma época do ciclo menstrual, preferencialmente entre o 7º e o 10º dia após o início da menstruação. Essa regularidade permite que a mulher conheça melhor suas mamas e perceba quaisquer alterações, pois nessa fase elas estão menos inchadas e doloridas.
Para mulheres que não menstruam mais, como na menopausa, ou que não têm um ciclo regular, a orientação é escolher um dia fixo do mês para criar o hábito. Por exemplo, todo dia 1º ou todo dia 15.
Como fazer o exame de toque na mama corretamente?
A técnica do autoexame é dividida em três partes complementares que garantem uma verificação completa. Reserve um momento tranquilo e siga os passos com atenção.
Passo 1: a observação em frente ao espelho
Posicione-se em frente a um espelho com o tronco despido e observe suas mamas em diferentes posições para verificar alterações visuais.
-
Com os braços ao lado do corpo: observe o tamanho, formato e contorno das mamas. Verifique se há alterações na pele, como vermelhidão, abaulamentos ou retrações.
-
Com os braços levantados: coloque as mãos na nuca ou na cabeça e observe novamente. Essa posição pode evidenciar alterações que não eram visíveis antes.
-
Com as mãos na cintura: pressione levemente o quadril para contrair a musculatura peitoral. Incline-se um pouco para frente e observe se há alguma mudança no contorno ou superfície das mamas.
Passo 2: a palpação durante o banho
Com a pele molhada e ensaboada, os dedos deslizam com mais facilidade, o que pode ajudar a sentir nódulos ou espessamentos. A água morna também relaxa a pele.
-
Levante o braço esquerdo, colocando a mão atrás da cabeça.
-
Com a mão direita, use a palma da mão e no mínimo três dedos para apalpar a mama esquerda, deslizando a polpa dos dedos.
-
Faça movimentos circulares, de cima para baixo ou do centro para a periferia, cobrindo toda a área da mama, desde a clavícula até a parte de baixo do sutiã.
-
Não se esqueça de examinar a região da axila, pois o tecido mamário se estende até essa área.
-
Repita o processo na mama direita, usando a mão esquerda.
Passo 3: a palpação deitada
Deitar-se espalha o tecido mamário, tornando-o mais fino e facilitando a palpação. É uma etapa importante para complementar a verificação feita no banho.
-
Deite-se de costas e coloque uma toalha dobrada ou um travesseiro pequeno sob o ombro esquerdo.
-
Leve o braço esquerdo para trás da cabeça.
-
Com a mão direita, apalpe toda a mama esquerda com movimentos suaves e firmes, utilizando a palma da mão e no mínimo três dedos.
-
Pressione o mamilo suavemente para verificar se há saída de secreção.
-
Troque o lado e repita todo o procedimento na mama direita.
Quais sinais de alerta devem ser observados?
Ao realizar o autoexame, é importante saber o que procurar. Lembre-se que muitas alterações são benignas, mas toda mudança deve ser comunicada a um médico. Fique atenta aos seguintes sinais:
Alterações visuais
-
Mudança no formato ou tamanho de uma das mamas.
-
Pele com aparência enrugada ou com ondulações, similar à casca de laranja.
-
Vermelhidão, calor ou inchaço em parte da mama.
-
Retração (afundamento) da pele ou do mamilo.
-
Veias que se tornam mais visíveis e dilatadas.
Alterações sentidas ao toque
-
Presença de nódulo ou caroço endurecido, fixo ou móvel.
-
Espessamento ou endurecimento de uma parte da mama.
-
Saída de secreção espontânea pelo mamilo, especialmente se for transparente, rosada ou avermelhada.
-
Nódulos ou inchaço na região das axilas.
O que fazer ao encontrar uma alteração na mama?
O primeiro passo é manter a calma. A maioria dos nódulos e alterações encontrados nas mamas (cerca de 80%) não está relacionada ao câncer. Podem ser cistos, fibroadenomas ou outras condições benignas.
No entanto, é fundamental não ignorar o achado. Agende uma consulta com um ginecologista ou mastologista assim que possível. Apenas um profissional de saúde poderá realizar o exame clínico e, se necessário, solicitar exames de imagem como ultrassonografia ou mamografia para um diagnóstico preciso.
O autoexame substitui a consulta médica e a mamografia?
Não. Essa é uma das informações mais importantes. O Ministério da Saúde e outras organizações de saúde globais enfatizam que o autoexame é uma ferramenta de conscientização corporal, mas não substitui os exames clínicos e de imagem realizados por profissionais.
A consulta regular com um ginecologista e a realização da mamografia periódica, conforme a faixa etária e a recomendação médica, continuam sendo as estratégias mais eficazes para a detecção precoce do câncer de mama. O autoexame complementa essa rotina de cuidado, mas nunca a substitui.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.




