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Alterações na Mama: O Que é Normal e Quando Procurar um Médico?

Notou alterações na mama como nódulos, dor ou secreção? Entenda as causas benignas mais comuns e saiba identificar os sinais de alerta que exigem avaliação médica.
CHN
Equipe CHN - Equipe CHN Atualizado em 01/12/2025

Conhecer o próprio corpo é o primeiro passo para cuidar da saúde. Saiba diferenciar mudanças comuns de sinais de alerta.

Resumo:

  • Muitas alterações na mama, como nódulos e dor, são benignas e ligadas a flutuações hormonais do ciclo menstrual.

  • Condições como cistos, fibroadenomas e alterações fibrocísticas são as causas mais comuns de mudanças não cancerígenas.

  • Sinais de alerta incluem nódulos endurecidos e fixos, alterações na pele (aspecto de casca de laranja) e secreção com sangue no mamilo.

  • O autoexame regular ajuda a identificar novidades, mas não substitui exames clínicos como a mamografia.

  • Ao perceber qualquer mudança persistente, o mais seguro é procurar um ginecologista ou mastologista para uma avaliação completa.

Você está no banho e, ao passar a mão sobre o seio, sente algo diferente. Um pequeno relevo, uma área mais densa que não estava ali antes. É compreensível que a primeira reação seja de preocupação, mas é fundamental saber que a maioria das alterações mamárias não está relacionada ao câncer.

O tecido mamário é dinâmico e responde a diversos estímulos, principalmente hormonais. Entender o que é uma variação normal e o que merece investigação é uma ferramenta poderosa para sua saúde e tranquilidade. Além das flutuações hormonais, a genética também desempenha um papel, com estudos mostrando que fatores hereditários podem influenciar as características e até mesmo as alterações que surgem nas mamas ao longo do tempo.

Por que as mamas mudam tanto ao longo da vida?

As mamas são compostas por glândulas, ductos e tecido gorduroso, estruturas altamente sensíveis às flutuações hormonais. Por isso, é esperado que elas mudem em diferentes fases da vida da mulher.

As principais causas para essas transformações são:

  • Ciclo menstrual: na segunda metade do ciclo, o aumento dos níveis de estrogênio e progesterona pode deixar as mamas inchadas, sensíveis e com pequenos nódulos que desaparecem após a menstruação.

  • Gravidez e amamentação: nesse período, as glândulas mamárias se desenvolvem para a produção de leite, o que causa aumento de volume, sensibilidade e, por vezes, o surgimento de nódulos de leite (galactoceles).

  • Menopausa: com a queda na produção hormonal, o tecido glandular é gradualmente substituído por gordura, tornando as mamas menos densas e mais flácidas.

Quais são as alterações benignas mais comuns na mama?

Felizmente, a grande maioria das alterações percebidas nas mamas é benigna. Conhecer as condições mais frequentes ajuda a diminuir a ansiedade, embora não elimine a necessidade de uma avaliação profissional.

Alterações funcionais benignas da mama (AFBM)

Também conhecidas como alterações fibrocísticas ou displasia mamária, não representam uma doença, mas sim uma resposta mais intensa do tecido mamário aos hormônios. O principal sintoma é a mastalgia (dor nas mamas), acompanhada de espessamento e sensação de múltiplos pequenos nódulos, principalmente antes da menstruação.

Cistos

Cistos são, basicamente, pequenas bolsas preenchidas com líquido dentro do tecido mamário. São muito comuns, especialmente em mulheres entre 35 e 50 anos. Geralmente são móveis ao toque e podem ser dolorosos. Na maioria dos casos, não necessitam de tratamento, a não ser que causem desconforto significativo.

Fibroadenomas

Este é o tipo de tumor benigno mais comum da mama, frequente em mulheres mais jovens (abaixo dos 30 anos). Trata-se de um nódulo sólido, de consistência firme e elástica, com contornos bem definidos e que se move facilmente sob a pele. Raramente se transforma em câncer, mas o acompanhamento médico é essencial.

Quando uma alteração na mama pode ser um sinal de alerta?

Embora menos comuns, algumas mudanças precisam de investigação imediata, pois podem estar associadas ao câncer de mama. É importante observar não apenas a presença de nódulos, mas um conjunto de sinais.

Fatores genéticos também são relevantes: mulheres com a mutação no gene BRCA1, por exemplo, têm um risco significativamente maior de desenvolver câncer de mama.

Conforme o Instituto Nacional de Câncer (INCA), órgão ligado ao Ministério da Saúde, os principais sinais de alerta são:

  • Nódulo ou caroço: especialmente se for endurecido, com formato irregular e fixo (não se move ao ser apalpado). Geralmente, é indolor.

  • Alterações na pele: vermelhidão, retração (pele "afundada") ou aparência de casca de laranja (pele com pequenos furinhos).

  • Mudanças no mamilo: inversão súbita (mamilo que era para fora e "entra"), surgimento de feridas ou descamação.

  • Secreção mamilar: saída espontânea de líquido pelo mamilo, principalmente se for transparente ("água de rocha") ou com sangue.

  • Inchaço e assimetria: aumento de volume em toda a mama ou em parte dela, fazendo com que fique visivelmente diferente da outra.

É importante lembrar que o desenvolvimento de câncer pode estar ligado a diversos fatores, incluindo a exposição ambiental. Estudos sugerem que a exposição a pesticidas, por exemplo, pode causar efeitos tóxicos no corpo, com potencial para levar ao desenvolvimento de câncer de forma geral.

Notar um ou mais desses sinais não é um diagnóstico de câncer, mas um motivo indiscutível para procurar um mastologista o mais rápido possível.

Como fazer o autoexame das mamas corretamente?

O autoexame é uma ferramenta de autoconhecimento, não de diagnóstico. O objetivo é que você se familiarize com o padrão normal de suas mamas para conseguir identificar qualquer novidade com mais facilidade. A recomendação é que seja feito uma vez por mês, de preferência uma semana após o início da menstruação, quando as mamas estão menos inchadas.

Siga estes três passos simples:

  1. Em frente ao espelho: com os braços ao lado do corpo e depois levantados, observe o formato, o contorno e a aparência da pele e dos mamilos. Procure por qualquer alteração visual.

  2. No chuveiro: com a pele ensaboada, fica mais fácil deslizar os dedos. Use a mão direita para apalpar a mama esquerda e vice-versa. Faça movimentos circulares, de cima para baixo e do centro para a axila, procurando por qualquer área mais densa ou nódulo.

  3. Deitada: coloque uma toalha dobrada sob o ombro do lado a ser examinado. Com a mão oposta, repita os movimentos de palpação feitos no chuveiro, cobrindo toda a área da mama e a axila.

Quais exames o médico pode solicitar?

Ao encontrar qualquer alteração, o especialista irá realizar o exame clínico e, se necessário, solicitar exames de imagem para um diagnóstico preciso. Os mais comuns são:

  • Mamografia: principal exame para rastreamento do câncer de mama, recomendado anualmente para mulheres a partir dos 40 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia.

  • Ultrassonografia: muito utilizada para diferenciar cistos (conteúdo líquido) de nódulos sólidos (conteúdo denso) e para avaliar mamas densas em mulheres jovens.

  • Biópsia: se um nódulo suspeito é identificado, uma pequena amostra de tecido é retirada para análise em laboratório. É o único exame que confirma ou descarta a presença de câncer.

Lembre-se: a detecção precoce aumenta exponencialmente as chances de cura. Portanto, não ignore os sinais do seu corpo e não hesite em procurar ajuda profissional. Cuidar de si é um ato de amor.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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